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Conheça a 1ª técnica de um time masculino na Irlanda: 'Não fujo de ser mulher, mas não promovo o fato de ser uma' 3o285g

Ela iniciou sua carreira jogando futebol na Inglaterra para o Southampton e Gilligham. Aos 14 anos, ela liderou seu primeiro time feminino. Após muitas lesões, ela decidiu tornar-se repórter. Mas sentiu que não era o suficiente. Lisa Fallon é hoje a primeira treinadora de um time masculino da Irlanda, o Cork City.

Ela ou a trabalhar efetivamente com o futebol após Michael O’Neill, na época gerente do Shamrock Rovers, ter visto suas perguntas incisivas em entrevistas e se interessado por seu trabalho. Ela aceitou o convite e ou a integrar a equipe feminina de Shamrock.

O’Neill conseguiu um emprego na Irlanda do Norte, o qual dirige a seleção até hoje, desde 2012. Ela convidou Lisa para ajuda-lo, pedindo-a que fizesse vídeos motivacionais aos jogadores. Lisa começou então como analista de O’Neill e agora, após cinco anos de trabalho em meio período com a Irlanda do Norte, ela está se concentrando ao papel de treinadora no Cork City.

Atualmente, apenas 20% de treinadores de futebol são mulheres. O machismo e o preconceito são nítidos. Um exemplo é quando a técnica do time masculino alemão Clermont Foot, Imke Wubbenhorst, foi questionada em uma coletiva se ela teria que ligar uma sirene para entrar no vestiário dos jogadores.

Na ocasião, ela respondeu irônica e friamente: “Claro que não. Sou profissional. Escolho meus jogadores com base no tamanho do pênis”.

Fallon assume já ter ouvido coisas do tipo muitas vezes durante a carreira e que hoje, está acostumada e conformada: “Você não pode se responsabilizar pelo que as pessoas dizem. Mas você pode assumir a responsabilidade de como isso te impacta”. Desde o ano ado, quando Fallon completou o curso da UEFA, ela possui a Licença Pro. Seu trabalho é focado na análise tática do time e dos adversários.

Com os pés no chão, ela assume que não vê seu trabalho como um paradigma quebrado. “Eu vejo isso como meu trabalho. Você precisa ser autêntica. Não vou fugir de ser mulher, mas não vou promover o fato de ser uma mulher”, diz.

Fallon tem uma filha de 17 anos e um filho de 10 e, enquanto mantem-se ansiosa por mais mudanças quanto a igualdade de gênero para um mundo melhor aos seus filhos, ela sorri e comenta: “Estamos chegando lá. Ser mulher não me impediu de chegar onde estou agora. Tem sido mais difícil do que se eu fosse homem? Provavelmente. Você tem que saber mais do que você pode precisar - porque você se destaca como mulher. Mas, quando as pessoas veem você como apenas ‘um treinador’, isso se torna normal”.

Ela também reconheceu que se sente normal na cidade de Cork e que os homens não fazem exceções para ela. “Eu não faço nada para eles também. Sou apenas uma treinadora de futebol”.

Mas apesar de achar que o fato de ser treinadora não é um paradigma quebrado, ela fez história ao ser a única mulher neste cargo na Irlanda. Ela comanda o time que está na primeira divisão da Liga Irlandesa.

Sua jornada brilhante pode leva-la ao caminho de ser a primeira gerente feminina de uma equipe masculina profissional na Irlanda – ou na Inglaterra – e ela se mostra feliz e satisfeita por ter o respeito de todos no time e na cidade

“Estou no vestiário e nas reuniões de equipe e os jogadores não piscam. Eles se envolvem comigo, querem minha opinião e isso é ótimo. Você pensaria que, se houvesse resistência, ela viria de dentro: ‘Ah, não queremos uma mulher’. Mas, se você agregar valor, eles te querem lá. A maioria dos meus desafios eram comentários de outros gerentes”.

Ela também reconhece que as pessoas geralmente nunca ‘chutam’ que ela é técnica, mas sim, cargos que geralmente são ocupados por mulheres. “Se eu ganhasse um euro toda vez que me perguntassem se eu era a fisioterapeuta, poderia me aposentar. Não há nada de errado em ser fisioterapeuta - mas, com um agasalho, é como se você não pudesse estar em outra atividade além da fisioterapia”.

Fallon também contou que uma vez foi ‘confundida’ com uma agente de viagens. Mas sabe que isso faz parte e que só o tempo a ajudou a tornar-se quem é hoje: a primeira treinadora de um time masculino profissional de futebol em seu país.