Futebol Americano
EFE 7y

Higuaín aprova suspensão de amistoso entre Argentina e Israel 6t2v36

O atacante Gonzalo Higuaín afirmou nesta terça-feira que considera correta a decisão da Associação de Futebol Argentino (AFA) de suspender o amistoso que a seleção faria contra Israel, no sábado, em Jerusalém. 1i2tn

"Obviamente, em primeiro lugar está o bom senso. Acreditamos que o correto era não ir", disse o atacante à "ESPN" em Barcelona, onde a Argentina se prepara para a Copa do Mundo.

Os jogadores e o técnico Jorge Sampaoli tinham manifestado contrariedade com relação ao amistoso, alegando que ele afetaria o período de treinamentos para o torneio. O vice-presidente da AFA, Hugo Moyano, revelou que familiares de atletas chegaram a ser ameaçados.

Sobre o Mundial que será disputado na Rússia, o atleta disse que: "a Argentina tem que ter como meta chegar o mais longe possível, a convicção é essa. Sabemos que jogar a final é muito difícil, mas temos que acreditar".

Cancelamento de amistoso contra Argentina decepciona israelenses

A decepção se disseminou em Israel nesta terça-feira após a notícia sobre o cancelamento do amistoso, cujos ingressos se esgotaram em apenas 20 minutos, o que inclusive causou polêmica a respeito das vendas.

Diversos jornais e analistas israelenses consideraram o cancelamento um triunfo para o movimento BDS (que promove o Boicote, Desinvestimento e Sanções a Israel até que termine a ocupação) e informaram que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, ligou para o presidente argentino, Mauricio Macri, de modo a debater o assunto.

"Netanyahu falou há pouco com o presidente da Argentina sobre a partida. Os dois voltarão a se falar de novo em breve", anunciou o analista diplomático do "Canal 10" Barak Ravid.

O presidente da Federação Israelense de Futebol, Ofer Eini, afirmou ao jornal "Maariv" que "entende a pressão que a seleção argentina sofreu", mas lamentou a situação e disse que "informará sobre a resposta".

O diretor-geral do Ministério de Esportes israelense, Yossi Sharabi, pediu calma e afirmou que ainda se negocia se há ou não o cancelamento.

Simpatizantes com a campanha do BDS e pró-palestinos, consideraram a decisão um "golaço" e expressaram satisfação inundando as redes sociais com agradecimentos à Argentina, como tinham feito nos dias anteriores com ataques à seleção pela decisão de jogar em Jerusalém.

A partida tinha despertado grande expectativa em Israel, onde os ingressos se esgotaram rapidamente. Embora o estádio tenha capacidade para mais de 31 mil pessoas, só um terço delas foi colocado à venda.

Shelly Yachimovich, deputada da oposição, questionou o governo sobre se a ministra de Cultura e Esportes, Miri Regev, tinha condicionado as subvenções ao partido a tirar uma foto apertando a mão de Lionel Messi no campo e a Controladoria do Estado abriu uma investigação sobre a distribuição de ingressos, segundo o portal "Times of Israel".

Segundo explicou um representante da Comtec, a empresa que organizava o evento, 7.700 ingressos foram reservados pela Federação Israelense (1.200 gratuitamente), outros 2.000 foram destinados a residentes da periferia de Israel e outros 500 para residentes na fronteira com Gaza.

Uma empresa de moda comprou outras 2.000 entradas para distribuir entre crianças e jovens da periferia e ONGs, outras 7.000 foram reservadas para as oito empresas patrocinadoras e o Ministério de Esportes reservou 200, o que deixou apenas 11 mil para a venda.

A diretora internacional da Federação Palestina de Futebol, Susan Shalabi, agradeceu à seleção argentina pela decisão e disse à Agência Efe que "a equipe argentina tem muito mérito por ter decidido não se transformar em uma ferramenta política", o que avaliou como "um bom exemplo de separação de política e esporte e de como não permitir que os políticos imponham a sua agenda".

^ Ao início ^