Essa pergunta não é nova: como seria uma seleção de futebol formada por jogadores das seis repúblicas que antes formavam a Iugoslávia, dissolvida em 1992? Com certeza um esquadrão. 455a23 Mesmo sem essa "ajuda", a Croácia é a representante da antiga nação quem mais chegou longe em uma Copa do Mundo. Neste domingo, às 18h de Moscou (12h de Brasília), no Estádio Luzhniki, a equipe de Dejan Lovren, Ivan Rakitic e Luka Modric enfrentará a França na grande final da edição 2018. "Temos um sentimento especial pelo nosso país. Não digo que é algo superior ao que os ses têm pela França, ou que os russos têm pela Rússia. Mas é uma relação especial entre povo e nação", disse o meia do Barcelona, em entrevista coletiva prévia à decisão. "Quando você coloca a camisa da Croácia, se transforma em outra pessoa. Temos essa união incrível, não só em termos de futebol. Por isso somos bons em tênis, handebol, basquete, polo aquático..." "Se organizarem um torneio de ping pong, lá estarão um monte de croatas torcendo pelo mesa-tenista da Croácia. É isso que temos no coração, e para sempre será assim", disse. O sucesso croata na atual Copa soma-se a outros grandes feitos de atletas e equipes da ex-Iugoslávia nos últimos 26 anos em diversas modalidades. E mesmo sem serem nações com população alta. Quando de sua dissolução, a antiga república tinha em torno de 23 milhões de habitantes, o que equivale a aproximadamente 11% da população brasileira atualmente. A potência esportiva de Bósnia-Herzegovina, Croácia, Eslovênia, Macedônia, Montenegro e Sérvia impressiona. Inclusive, neste domingo, além da final da Copa do Mundo, Novak Djokovic vai disputar o título de Wimbledon contra o sul-africano Kevin Anderson e busca sua 13ª conquista em Grand Slams.  Apesar de todas as diferenças que movem as ex-repúblicas iugoslavas, o sérvio Djokovic e os croatas Modric e Rakitic já declararam que vão torcer pelo sucesso alheio. "Eu tiro meu chapéu para Djokovic. Torço por ele em Wimbledon. Gostaria de vê-lo ganhar a final para que no domingo nós dois tenhamos um grande dia. Quero vê-lo vencer", disse Rakitic. "Somos seres humanos antes de tudo, e temos que deixar a história para trás. Para mim, Djokovic é um atleta fantástico, e uma pessoa ainda mais fantástica. Nós nos conhecemos em Miami e ele é um cara espetacular. Desejo a ele toda a sorte do mundo. E se todos vencermos no domingo, vamos comemorar juntos", garantiu. O ESPN.com.br fez um levantamento do quão bem-sucedido é o esporte dos seis países independentes. Em Jogos Olímpicos, a Croácia conquistou 33 medalhas desde 1992, quando participou de sua primeira edição (11 ouros, 10 pratas e 12 bronzes). A Eslovênia já levou 23 medalhas (cinco ouros, oito pratas e 10 bronzes) desde seu debute também em Barcelona.  A Sérvia tem 15 pódios (três ouros, seis pratas e seis bronzes), fazendo sua estreia em 2008 - em 2004, ainda como Sérvia e Montenegro, ganhou duas pratas. Montenegro só conquistou uma prata em três edições; a Macedônia tem o mesmo número de pódios, mas em seis participações (desde 1996). A Bósnia-Herzegovina é a única "zerada" em Olimpíadas desde 1992. Dissecando por esporte, no basquete, por exemplo, o número de jogadores das ex-repúblicas iugoslavas que ou ou ainda está na NBA é alto. Hoje, sete croatas estão na principal liga do mundo; outros 13 já aram por lá, dentre eles Drazen Petrovic e Toni Kukoc. Da Sérvia, 22 atletas estiveram na NBA (Vlade Divac foi o maior expoente), e atualmente cinco continuam no campeonato. De Montenegro, três já atuaram nos EUA e outros seis estão em ação (Nikola Vucevic e Nikola Mirotic - naturalizado espanhol - são os destaques). Bósnia-Herzegovina tem hoje cinco jogadores na NBA, e outros três aram por lá.  A Eslovênia revelou oito atletas para o basquete nos EUA, e na próxima temporada contará com Goran Dragic e Luka Doncic, considerado o próximo melhor jogador europeu. A Macedônia foi quem menos cedeu jogadores à liga norte-americana (três) e apenas Cedi Osman continua. Veja abaixo outros feitos do esporte das ex-nações iugoslavas após 1992, sem contar medalhas conquistadas em outras modalidades TÊNIS Novak Djokovic (Sérvia)
- Australian Open: 2008, 2011, 2012, 2013, 2015, 2016
- Roland Garros: 2016
- Wimbledon: 2011, 2014, 2015
- US Open: 2011, 2015
- ATP Finals: 2008, 2012, 2013, 2014, 2015
- Copa Davis: 2010
- Número 1 do mundo Marin Cilic (Croácia)
- US Open: 2014 Goran Ivanisevic (Croácia)
- Wimbledon: 2001
- Copa Davis: 2005 Janko Tipsarevic (Sérvia)
- Copa Davis: 2010 Viktor Troicki (Sérvia)
- Copa Davis: 2010 Nenad Zimonjic (Sérvia)
- Roland Garros: 2010 (duplas)
- Wimbledon: 2008, 2009 (duplas)
- ATP Finals: 2008, 2010 (duplas)
- Copa Davis: 2010 Ana Ivanovic (Sérvia)
- Roland Garros: 2008
- Númer o1 do mundo Jelena Jankovic (Sérvia)
- Wimbleon: 2007 (duplas mistas)  BASQUETE Sérvia (masculino)
- Mundial: 1998, 2002
- Europeu: 1995, 1997, 2001 Sérvia (feminino)
- Europeu: 2015 Eslovênia (masculino)
- Europeu: 2017 HANDEBOL Croácia
- Jogos Olímpicos (masculino): 1996, 2004
- Mundial masculino: 2003
- Jogos do Mediterrâneo: 1993, 1997, 2001, 2018 Sérvia
- Jogos do Mediterrâneo: 2009 FUTEBOL Sérvia
- Mundial sub-20: 2015
- Europeu sub-19: 2013 POLO AQUÁTICO Croácia (masculino)
- Jogos Olímpicos: 2012
- Mundial: 2007, 2017
- Liga Mundial: 2012
- Europeu: 2010
- Jogos do Mediterrâneo: 2013 Sérvia (masculino)
- Jogos Olímpicos: 2016
- Mundial: 2005, 2009, 2015
- Copa do Mundo: 2006, 2010, 2014
- Liga Mundial: 2005, 2006, 2007, 2008, 2010, 2011, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017
- Europeu: 2001, 2003, 2006, 2012, 2014, 2016
- Jogos do Mediterrâneo: 1997, 2009, 2018 VÔLEI Sérvia (masculino)
- Jogos Olímpicos: 2000
- Liga Mundial: 2016
- Europeu: 2001, 2011 Sérvia (feminino)
- Europeu: 2011, 2017 Croácia (feminino)
- Jogos do Mediterrâneo: 1993, 2018
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