A Federação Venezuelana de Futebol emitiu um comunicado oficial nesta quarta-feira (28) a respeito dos possíveis casos de xenofobia que teriam sido sofridos por Miguel Navarro, do Talleres de Córdoba, em caso que envolveu o meio-campista Bobadilla, do São Paulo, e Jhoagny Contreras, do time feminino do Deportes Iquique, do Chile. 14w2e
“E que não fique dúvidas: a xenofobia contra um jogador de futebol venezuelano é inaceitável e será sempre enfrentada com a maior firmeza. Não é só um ataque a um profissional do esporte, mas sim uma tentativa de menosprezar nossa identidade. Onde tiver um venezuelano jogando futebol, deve haver respeito”, finalizou a Federação Venezuelana de Futebol.
O fato mais recente aconteceu na última terça-feira (27). Na vitória do São Paulo por 2 a 1 contra o Talleres de Córdoba (ARG) pela Libertadores, Miguel Navarro acusou Bobadilla de xenofobia. O caso ainda segue em andamento e, segundo apuração da ESPN, o Tricolor chamou o paraguaio para uma reunião nesta quarta.
O jogador do São Paulo foi às redes sociais e se pronunciou sobre a acusação sofrida.
"Olá a todos, estou aqui para falar um pouco sobre o que aconteceu ontem à noite. Bom, primeiro foi uma partida muito acirrada, um clima tenso durante toda a partida. Depois do nosso segundo gol, tive algumas discussões com um jogador do Talleres, onde inicialmente fui insultado e também tratado com um pouco de desprezo.
Mas nunca tive a intenção de discriminar ninguém. Bom, no calor do momento eu reagi mal, e bem, peço desculpas publicamente. Se eu tiver a oportunidade de falar com ele pessoalmente, também pedirei desculpas.
Mas enfim, só queria esclarecer isso e mandar um grande abraço para todos".
Além disso, Jhoagny Contreras, alega ter sofrido ataques xenofobicos durante partida contra o Deportes Recoleta, pelo Campeonato Chileno Feminino, no último dia 19 de maio.
Veja abaixo a publicação da Federação Venezuelana de Futebol:
“Desde a Federação Venezuelana de Futebol expressamos nosso mais firme repúdio diante dos atos de xenofobia sofridos pelos nossos jogadores Miguel Navarro e Jhoagny Contreras, ocorridos recentemente.
Nenhuma forma de discriminação cabe no futebol e na sociedade. Rechaçamos de maneira categórica esses ataques que atentam contra os princípios de respeito, inclusão e dignidade humana que promova o esporte.
Lamentavelmente, esses feitos não são isolados. Atletas venezuelanos têm sido objeto de manifestações discriminatórias dentro e fora dos estádios. Como Federação, não seremos indiferentes diante destas agressões que vulneram não só aos nossos atletas, se não o espírito mesmo do esporte.
Levamos esse caso às instâncias correspondentes e solicitamos às autoridades locais, às ligas profissionais e aos organismos internacionais – incluindo CONMEBOL e Fifa – tomar medidas urgentes e exemplares para sancionar essas condutas e reforçar os protocolos de prevenção e denúncia.
Nossa total solidariedade com Miguel e Jhoagny. Não estão sozinhos. Por trás de cada venezuelano tem uma nação que os acompanha, que levanta a voz e que exige respeito.
“E que não fique dúvidas: a xenofobia contra um jogador de futebol venezuelano é inaceitável e será sempre enfrentada com a maior firmeza. Não é só um ataque a um profissional do esporte, mas sim uma tentativa de menosprezar nossa identidade. Onde tiver um venezuelano jogando futebol, deve haver respeito”.