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OPINIÃO: Mesmo em declínio desde os 28 e aposentado aos 32, Hazard marcou uma geração no futebol 492zm

Com a mesma rapidez com que se tornou um dos grandes nomes do futebol europeu, Eden Hazard viveu sua queda no mais alto nível do futebol.

A trajetória do belga mostra que mais difícil do que chegar ao topo é ter longevidade nele, e pode ser um bom exemplo paralelo para evidenciar o quão grande Lionel Messi e Cristiano Ronaldo estabeleceram no futebol. Ainda que de forma menos duradora do que se esperava, Hazard conseguiu a proeza de se estabelecer como um dos grandes jogadores da década ada, em um período em que o argentino e o português viveram boa parte de seu auge.

O belga encerra aos 32 anos uma carreira completamente intensa e que já não tinha brilho desde 2019, quando tinha 28 anos de idade e se transferiu ao Real Madrid. Foram só 76 jogos (44 como titular) em quatro temporadas com a camisa dos merengues, com sete gols e nove assistências, muito pouco para quem chegou por uma cifra de 115 milhões de euros e com a expectativa de substituir Cristiano Ronaldo.

Nem mesmo a medalha de campeão da Champions League 2020/21 (disputou só três jogos como reserva e foi um completo coadjuvante na na competição) amenizou a frustração da sua agem pelo Santiago Bernabéu. A contratação fazia muito sentido na época, mas acabou sendo um dos maiores "flops" (talvez o maior) da história do Real.

Os problemas com lesões e de forma física nos últimos anos acabaram minando a explosão de Hazard, uma das grandes virtudes de seu jogo. Até por isso, Carlo Ancelotti o testou como centroavante quando não pôde contar com Karim Benzema. Além disso, Vinicius Jr. decolou em meio à chegada do belga e acabou tomando conta da posição em que ele mais se destacou com a camisa do Chelsea.

A combinação desses fatores acabou determinando a queda impressionante de Hazard até culminar em sua aposentadoria nesta terça-feira (10), mais de três meses após ter ficado sem clube.

No entanto, apesar da última imagem ser negativa, não é justo colocá-la como principal retrato da carreira do atacante, que viveu 10 anos de um excelente futebol entre 2010 e 2019.

Hazard foi campeão francês e da Copa da França em 2010/11, sendo eleito o melhor jogador da liga, prêmio individual que repetiria em 2011/12, antes de ir ao Chelsea.

Em Londres, viria a se tornar protagonista e uma lenda do clube, com dois títulos da Premier League e um deles sendo o melhor jogador da competição (2014/15). Isso sem contar uma Copa da Inglaterra, uma Copa da Liga, duas edições da Europa League entre os mais de 350 jogos e mais de 100 gols com a camisa dos Blues.

Tudo isso foi alcançado com um estilo de jogo encantador, com um talento quase que único, com grande capacidade técnica para driblar adversários e definir jogadas aliado a uma explosão que o fazia ser muito difícil de se parar.

Pela Bélgica, foi um dos pilares de uma geração que criou enorme expectativa e, ainda que não tenha conseguido uma taça, ficou marcada pela excelente Copa do Mundo de 2018, com um 3º lugar. É difícil falar em uma única figura central deste período da seleção, mas o ponta foi o protagonista do momento mais alto deste grupo.

Hazard deixou o topo muito cedo, mas ficou por lá por um bom período de tempo, o suficiente para pendurar as chuteiras como um dos grandes nomes da última década do futebol mundial, uma lenda de Lille e Chelsea e um dos protagonistas da grande geração da seleção belga.

O fim melancólico não define a grandeza do que foi a sua trajetória no futebol profissional.