Quem olha para a vida dos grandes jogadores de futebol não imagina alguns dos grandes percalços vividos até o sucesso. Davidson é um desses casos. Atualmente destaque do Wuhan Three Towns, da China, o brasileiro ou por poucas e boas até chegar ao futebol profissional.
Nascido em Caxias, município da Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, o atacante percorreu um longo caminho até conseguir se firmar no esporte. Na base, chegou a ter agem por Fluminense e Santos, onde atuou ao lado de Alan Patrick e Neymar, e superou muitas dificuldades.
“No Sport, foi meu primeiro ano de juniores, depois fui para o profissional, mas não tive muita oportunidade, só joguei a Copa Pernambuco. Morava embaixo do estádio, comida não era muito boa, dificilmente tinha suco. Quando tinha, tinha que correr para conseguir. Tinha um monte de muriçoca”, disse Davidson ao ESPN.com.br.
No profissional, o então jovem rodou por diversas equipes pequenas no Nordeste e chegou a pensar em desistir da carreira, treinando no Boavista, em Saquarema. Até que Portugal surgiu em sua vida.
“Apareceram para mim duas propostas, uma da Romênia e outra de Portugal. Fui para o Sporting da Corvilhã, ganhando 1.500 euros por mês”, relembrou ele, que conseguiu moldar um novo futuro a partir dali.
O sucesso na segunda divisão lhe levou para o Chaves, onde novamente se destacou e quase conseguiu classificação para a Europa League sendo comandado por Luís Castro, que o levaria para o Vitória de Guimarães, clube em que conseguiu disputar competições europeias e enfrentar equipes como Arsenal e Eintracht Frankfurt.
Dois anos depois, se mudou para a Turquia para defender o Alanyaspor e, desde 2022, está no futebol chinês, onde conseguiu grandes conquistas já no primeiro ano.
“A primeira temporada foi maravilhosa. Consegui ser campeão no primeiro ano na China, com muitas situações adversas, estava ainda com questão de COVID, joguei alguns jogos ainda com a questão do isolamento e tudo mais. Na metade do campeonato que melhorou um pouco e no final liberou mais. Foi bom para caramba. Consegui jogar todos os jogos, ser o mais influente do campeonato, considerado o melhor da liga, essas coisas todas”, relembrou.
Em 2023, o sucesso quase lhe rendeu um reencontro com Luís Castro no Brasil. “Na época eu estava perto de vir para o Botafogo e, infelizmente, o meu clube não aceitou e dificultou a minha saída. Mas estava tudo bem encaminhado, bem pertinho de acontecer e não aconteceu”.
Em dezembro, porém, durante as férias, algo inesperado ocorreu: Davidson realizou um sonho de criança. “Jogar no Maracanã com o Zico e com os craques que estavam ali. É surreal. Para ficar recordado e guardado na memória. Foi sem palavras para mim. Fenomenal”, comentou sobre o Jogo das Estrelas.
Agora, o ponta-esquerda começa a preparação para uma nova temporada, sua última com contrato na China, tendo até mesmo a procura de mais de um clube na Turquia. Seja lá o que o destino reservar para ele, Davidson promete uma coisa: trabalho. Afinal, o pior já ficou para trás.