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Ex-árbitra, Ana Paula Oliveira lembra os dois momentos 'mais dolorosos' da carreira: 'Eu chorei por 4 dias' 1d1t5e

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Ana Paula Oliveira desabafa sobre episódio triste na sua carreira no início de 2024: 'Chorei por quatro dias' (2:46)

Ana Paula Oliveira foi a convidada do programa 'MunDu Meneses' no YouTube e no TikTok da ESPN Brasil (2:46)

Ex-árbitra de futebol, Ana Paula Oliveira foi uma das convidadas especiais do programa MunDu Meneses desta semana. E a profissional, que acabou marcada sobretudo por conta dos gols anulados em Botafogo x Figueirense, pela semifinal da Copa do Brasil de 2007, abriu o coração sobre a carreira.

Durante o programa, Ana Paula, que após se aposentar da arbitragem atuou nos bastidores da CBF, Federação Paulista e recentemente como instrutora da Fifa, confidenciou quais foram os dois momentos mais dolorosos que viveu na carreira. E um deles recente.

O primeiro foi em 2007, quando perdeu o escudo da Fifa em decorrência dos erros no jogo do Botafogo, que inclusive renderam uma suspensão da CBF. Mas Ana Paula não guarda mágoas de Sérgio Corrêa, o responsável pela decisão.

E o mais recente, em fevereiro de 2024, quando foi retirada do cargo de instrutora de arbitragem da Fifa, decisão que mexeu bastante com ela.

"Sérgio Corrêa é o meu anjo e o meu demônio, ele foi gestor nessa época, ele que me tirou da Fifa, depois eu volto com ele para a CBF, aonde sofri muito, mas aprendi muito. Se eu fiz uma boa gestão em São Paulo, eu devo aos altos e baixos que ele me fez ar. Agradeço por ter sido duro comigo porque me fez mais forte. Ser gestora de 600 profissionais, sendo que 80% são homens. Uma mulher liderando um grupo de homens não é fácil, mas foi um momento muito doloroso", começou por dizer.

"Eu vivi dois momentos dolorosos na minha carreira como árbitra e gestora. Foi em 2007, quando eu perco o escudo da Fifa e foi no início desse ano (2024), quando pela decisão de um homem é me tirado o direito de seguir ensinando no cenário internacional como instrutora Fifa. Dois gostos amargos que tive na carreira, em 2007 e em 2024, em fevereiro. Não ou por competência, não ou por validar a Ana Paula como profissional, ou por decisões políticas, pautadas no poder de um homem, que a gente precisa respeitar, eu já tive o poder da caneta, é difícil tomar decisões. Não partiu da Conmebol, partiu do Brasil, e eu tenho que respeitar", prosseguiu.

"Que Deus ilumine ele e que ele consiga fazer uma boa gestão, e que ele entenda que o poder que ele tem, tem que ser para ajudar pessoas, não para acabar com a carreira de pessoas. Ele me tirou da função que eu amo fazer, que é instrução internacional. Mas tudo bem, acho que faz parte do sucesso. Fazer escolhas e tomar decisões não é fácil, a gente acerta, a gente erra e tem que ter a humildade de aprender com o processo. Eu chorei 4 dias, mas eu aceito a decisão dele e aceito como meu superior. Eu não quero citar a pessoa, isso é o tipo de coisa que a gente tem que falar publicamente para que as pessoas que forem assumir cargos de gestão entenda que ela não pode levar questões para o lado pessoal. Eu sonhar em um dia comandar a arbitragem brasileira pode ser o sonho ingênuo de uma menina de 14 anos, eu não estou querendo o lugar de ninguém. O que é seu está guardado. Você não pode levar questões para o lado pessoal, tem que fazer gestões pensando no melhor para o seu grupo, para o seu elenco, para o seu time, e não para você. Eu sei que muitas pessoas já aram por isso, e eu quero dizer que a gente supera, a gente consegue sorrir, dar a volta por cima", concluiu.

Assista ao MunDu Menses com Ana Paula Oliveira e Ju Diniz completo: 4y6p20