Hudson voltará a ser titular pelo São Paulo após exatos 490 dias do último jogo pelo time do Morumbi nesta condição. Com Petros suspenso por cartão amarelo, ele quer provar no confronto com o CSA, às 21h30 (de Brasília) desta quinta-feira, no estádio Rei Pelé, em Maceió, pela Copa do Brasil, que realmente mudou de patamar.
A frase foi dita por Hudson na última terça-feira, quando deu a primeira entrevista desde que retornou ao time tricolor. Sem desmerecer os companheiros Jucilei e Petros (titulares neste ano), referia-se ao período em que ou no Cruzeiro, clube que defendeu por empréstimo em 2017 e pelo qual foi campeão da Copa do Brasil.
"Aprendi muita coisa no Cruzeiro, e quando você aprende vencendo se torna mais visível. Foi um amadurecimento muito bom para mim. Hoje me vejo de outra forma, acho que consegui subir um patamar. Mas eu ainda penso em muito mais na carreira, principalmente dentro do São Paulo. Porque eu quero conquistar muita coisa aqui ainda”, disse o volante.
“Eu me defino como um dos melhores da posição, não à toa que estou no São Paulo, que é um grande clube. Brigo por posição com Petros e Jucilei, por exemplo, que também são excelentes. Eu me vejo no nível igual ao deles, mas, claro, buscando uma melhora cada vez mais", completou, explicando melhor as palavras.
ALTOS E BAIXOS 6q5n7
De fato, Hudson de hoje não tem nenhuma relação com o jogador que chegou ao São Paulo com 26 anos como um dos melhores da posição no Campeonato Paulista de 2014.
Apesar de ter se destacado no Botafogo-SP (foram 63 desarmes em 14 jogos), ele era uma aposta e foi integrado a um grupo que tinha nomes experientes, como Souza, Ganso, Pato, Luis Fabiano e Alan Kardec, que chegaria pouco depois.
Ao se apresentar, disse que o futebol dele era mais parecido com Paulinho (então do Tottenham) e Ramires (no Chelsea). Dizia gostar de atuar como segundo volante, ajudando os defensores, mas chegando ao ataque.
Na primeira temporada, Hudson foi bem. Fez 40 jogos, sendo 31 como titular, e cinco gols. Mas nos dois anos seguintes não empolgou tanto, embora tenha sido titular em mais da metade das partidas. Em 2016, foi capitão no primeiro semestre, mas depois sofreu com lesões e problemas musculares e terminou a temporada em baixa.
Na virada de 2016 para 2017 foi preterido pelo São Paulo, que o emprestou para o Cruzeiro em troca de Neílton. Muitos torcedores são-paulinos lamentaram mais a vinda do atacante do que a perda do volante.
NOVO PATAMAR? 523r9
Mas Hudson surpreendeu. Caiu nas graças de Mano Menezes e virou titular do time celeste rapidamente.
Segundo o TruMedia, a ferramenta de estatísticas da ESPN, o volante acertou 86% dos es da equipe e esteve entre os cinco com mais es distribuídos por jogo. Ainda respondeu por 71% dos desarmes. E no ataque teve participação de 9,7% de chutes aos gols. Ou seja, números que mostram o quanto Hudson era essencial ao time.
Na campanha do título da Copa do Brasil, a torcida cruzeirense recorda de dois momentos em especial. O primeiro foi um gol anotado contra o próprio São Paulo na vitória por 2 a 0, no Morumbi. O outro foi o tento anotado no segundo jogo da semifinal do torneio contra o Grêmio. Ele garantiu o placar de 1 a 0, no Mineirão, que levou o duelo para os pênaltis.
Com um ano tão bom, o Cruzeiro tentou contratá-lo de forma definitiva. Mas pesou o fato de ter de pagar cerca de R$ 5,9 milhões à vista para o São Paulo. Sem acordo, o volante acabou retornando ao Morumbi.
Santos e Flamengo mostraram interesse em contratar Hudson, mas o São Paulo decidiu que ele faria parte do elenco a pedido do técnico Dorival Júnior.
RECOMEÇO 3h5ov
Até esta quinta-feira Hudson tem apenas 11 minutos jogados em 2018. Dos sete jogos do São Paulo no ano, ele entrou apenas no segundo tempo da vitória por 1 a 0 contra o Bragantino, quando o time do interior paulista ameaçava mais.
Foi pouco tempo para ver o que o volante pode fazer. Afinal, o time tricolor já demonstrava um desgaste físico. O fato é que ele conseguiu dar um pouco mais de proteção para a defesa, embora o desempenho de modo geral do time não empolgou o torcedor. Os pouco mais de dez mil pagantes vaiaram o time no Morumbi.
A favor de Hudson há dois problemas no São Paulo. O primeiro é que a equipe tem sofrido muitos contra-golpes e, embora tenha levado só quatro gols no ano, a avaliação da comissão técnica é que a defesa precisa de mais proteção. O segundo ponto é que o time é um pouco lento no ataque e falta uma transição mais rápida.
Pelo que mostrou na temporada ada, Hudson poderia facilmente se encaixar no time para suprir esses problemas. Mas teria de desbancar Jucilei ou Petros, a que substituirá diante do CSA.
FICHA TÉCNICA 412a3p
CSA X SÃO PAULO
COPA DO BRASIL 2018 - SEGUNDA FASE
Data: quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018
Horário: 21h30 (de Brasília)
Local: Estádio Rei Pelé, Maceió, Alagoas
Árbitro: Braulio da Silva Machado (SC)
Assistentes: Carlos Berkenbrock (SC) e Helton Nunes (SC)
CSA: Mota; Talisson, Leandro, Xandão e Rafinha; Dawhan, Didira, Yuri e Daniel Costa; Bruno Veiga e Leandro Kível. Técnico: Flávio Araújo
SÃO PAULO: Sidão, Militão, Bruno Alves, Rodrigo Caio e Reinaldo; Jucilei, Hudson e Cueva; Marcos Guilherme, Diego Souza e Nenê. Técnico: Dorival Júnior