Quando a Premier League começou, pouca gente questionava se Petr Cech seria o titular incontestável do Arsenal, ainda que o clube tivesse acabado de investir 22 milhões de euros na chegada de Bernd Leno. Pouco mais de seis meses depois, isso não apenas mudou completamente, com o alemão sendo o atual dono da posição, mas a meta está tão bem servida que o tcheco, ciente das poucas chances que teria, até mesmo decidiu se aposentar ao fim da atual temporada.
E a meteórica ascensão de Leno na Inglaterra não chega a ser uma novidade para alguns de seus ex-companheiros, como por exemplo André Ramalho, zagueiro que atualmente joga no Red Bull Salzburg, mas que por três temporadas pertenceu ao Bayer Leverkusen, onde conheceu o goleiro.
"Acho ele é um grande goleiro. Joga em altíssimo nível há anos. Nos treinos, me impressionava muito. Algumas bolas você acha que ele não vai defender, mas vai lá e pega. Muito ágil e rápido. É aquele goleiro que você fecha o olho e confia", opinou o antigo companheiro.
Para Wendell, o atual momento corrige uma injustiça vivida por Leno recentemente, quando, depois de defender a seleção alemã na Copa das Confederações, acabou preterido da lista para o Mundial da Rússia. "Acho que por tudo que ele fez pelo Leverkusen, ele merecia ter ido para a Copa do Mundo, mas espero que na próxima ele possa representar bem a Alemanha", disse o lateral esquerdo que defende o clube alemão desde 2014.
Segundo Ramalho, muito do sucesso de Leno no futebol se deve à sua tranquilidade, sem nunca demonstrar desespero: "O treinador poderia estar acabando com ele ou jogando lá em cima, elogiando e a expressão facial dele era a mesma. Eu pensava: 'Isso é um absurdo'. Porque se um cara te elogia, você fica mais risonho e se ele te xinga, fica mais sério. Por dentro, acho que ele até estava sentindo isso, mas por fora não demonstrava nada. A expressão facial dele era a mesma se estivesse sendo xingado ou elogiado", relembrou.
E a qualidade debaixo das traves não é a única que faz o arqueiro de 26 anos ser querido pelos brasileiros. "Eu brinco que ele é um alemão diferente. A maioria dos alemães é bastante concentrada e focada. Ele é assim também, mas é mais alegre e mais aberto. Ele até queria aprender umas palavras em português e espanhol porque achava bonito o jeito que nós falamos", comentou Wendell.
O lateral de 25 anos revelou também outra paixão do colega: as músicas brasileiras e latinas: "Ele gostava muito. Colocava as músicas e ele sorria e pedia para a gente sorrir também. Quando tocava reggaeton, ele curtia bastante a batida também", comentou.
Com Leno muito provavelmente entre os titulares, o Arsenal tem um difícil desafio neste domingo, pela Premier League, quando joga fora de casa contra o vice-líder Manchester City. A partida esta marcada para 14h30 e tem transmissão da ESPN Brasil e do WatchESPN.