<
>

Ex-Flamengo conta como é jogar em filial do Manchester City na Índia 3s3y34

Diego Carlos, jogador revelado pelo Flamengo, vive a expectativa de grandes mudanças no Mumbai City FC, da Super Liga Indiana. A equipe foi comprada pelo City Football Group (CFG), que controla o Manchester City.

"Tivemos uma reunião com o pessoal do Manchester City e eles mostraram toda a estrutura e o projeto que os times do grupo têm ao redor do mundo. A partir da próxima temporada eles vão entrar de fato aqui. Vai mudar muita coisa porque eles têm muita grana e estão investindo pesado", disse, ao ESPN.com.br.

A equipe joga seus jogos na Mumbai Football Arena, com capacidade para 8 mil pessoas. O clube mantém um condomínio fechado de apartamentos para os jogadores com direito a piscina, academias e restaurantes.

"A estrutura do Mumbai é muito boa. Nossos campos são um tapete e a liga é muito bem organizada, mas nos jogos os estádios nem sempre estão lotados".

Com um dos principais portos do mundo, Mumbai é a maior e mais importante cidade da Índia. A população é estimada em 12,5 milhões de habitantes

"Como eu moro aqui há três anos eu estou acostumado. A única dificuldade é morar no país por causa dos problemas de estrutura mesmo. O calor e a poluição são muito fortes. Ano ado tivemos que parar um jogo no meio porque não conseguíamos respirar. Já ei mal", contou.

Além disso, o brasileiro ainda sofre com a alimentação. "Tudo aqui é apimentado. É difícil encontrar carne bovina e feijão. Eu como arroz, ovo e macarrão porque não tem muita opção".

Além do Mumbai, o CFG tem participação no Manchester City, New York FC (EUA), Melbourne City (Austrália), Yokohama F. Marinos (Japão), Club Atletico Torque (Uruguai), Girona (Espanha) e Sichuan Jiuniu (China).

Os donos do City Football Group venderam uma participação de 10% do grupo que istra o clube por 500 milhões de dólares (R$ 2,1 bilhões) para a empresa de capital privado Silver Lake. Ao todo, o CFG foi avaliado em 4,8 bilhões de dólares (R$ 20,4 bilhões).

Carreira 1b6m6h

Após ser reprovado em peneiras no Atlético-MG e no Cruzeiro, Diego Carlos não tinha mais esperanças de virar jogador. Aos 18 anos, dividia seu tempo entre os estudos e o trabalho nas plantações de café nas roças de Campos Altos, Minas Gerais.

Em 2005, ele conseguiu um teste no Flamengo por meio do pai de um amigo. Depois de trabalhar e enfrentar mais de dez horas de viagem de ônibus - sem dormir - até o Rio de Janeiro, ele foi aprovado na peneira.

"Eu pensava assim: 'Acho que não vai dar certo. Na roça é o meu trabalho, é o que sei fazer'. Cheguei morto de cansado. Fui ao treino de manhã cedo com mais quatro colegas, mas fui o único que ou. É coisa de Deus isso, só pode".

Diego ficou no time rubro-negro até o final do sub-20, quando conheceu Ronaldo Fenômeno, que treinava no clube. O atacante chegou a ser promovido ao elenco principal, mas como enfrentava forte concorrência no setor, ficou apenas duas vezes no banco de reservas em partidas oficiais.

Logo em seguida, ele ou por Duque de Caxias-RJ e Castelo Branco, que jogava a terceira divisão carioca. Por meio de um amigo que conheceu nesta equipe, o jogador Lima, conseguiu um teste no Nizhny Novgorod, da segunda divisão da Rússia.

"Morei seis anos por lá e tenho vontade de voltar um dia", disse.

Depois, ele ou por Luch Vladivostok, Ufa, São Bento, Pune City e Mumbai City.

"Tenho contrato até março e se não aparecer nada pretendo ficar por aqui mesmo, mas eu ainda tenho sonho de jogar no Brasil", finalizou.