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Ex-Atlético-MG não foi para Corinthians e Grêmio para virar 'mentor' de rival do Brasil na Copa do Mundo 436y2d

O ex-atacante jogou pelo Partizan Belgrado com um astro da Sérvia 5wu1o


Eduardo Ferreira Abdo Pacheco tem uma grande ligação com a Sérvia, adversária do Brasil na estreia da Copa do Mundo de 2022. O ex-atacante jogou no Partizan e ajudou na formação de uma das principais preocupações de Tite no jogo desta quinta-feira (24): Aleksandar Mitrovic.

O atacante do Fulham é um dos grandes nomes da atual edição da Premier League, com nove gols em 12 jogos. Talvez não tivesse o mesmo brilho se não fossem os conselhos do brasileiro.

"Quando cheguei, tinha uma expectativa muito grande, já que, na época, era a contratação mais cara da história do clube. Em uma das reuniões, eles me falaram para ajudar os meninos a se desenvolverem. Quando me contrataram, eles queriam alguém com experiência vindo de fora para dar respaldo. Um desses jovens era o Mitrovic. Ele estava subindo da base para o profissional", disse, ao ESPN.com.br.

Para ser colega de Mitrovic, ele abriu mão de atuar por grandes clubes pelo sonho de atuar na principal competição de clubes do planeta.

"Tive uma conversa com o Grêmio, que era comandado pelo Renato Gaúcho, com o Corinthians, do Tite e recebi uma proposta do Japão. Mas estava priorizando a Europa, já que sonhava em disputar a Champions League. Acabei fechando com o Partizan, da Sérvia, que era muito estruturado".

Eduardo, aliás, foi alvo de uma grande disputa entre os dois principais times da Sérvia e sentiu na pele a enorme rivalidade no país.

"Tive uma oferta do arquirrival, que é o Estrela Vermelha. Todo mundo achou que estava certo, quando fui anunciado pelo Partizan. A rivalidade entre os times é muito grande. Na primeira semana, a torcida do Estrela Vermelha quebrou todo o carro que ganhei do Partizan. Algumas vezes fui xingado por torcedores, mas na época eu não entendia. Depois, soube que era algo como 'traidor' ou 'você foi para o lado errado'. Mas nunca fizeram nada comigo".

O clima de guerra entre as duas torcidas é tão grande, que o atacante sequer podia ter contato com compatriotas que atuavam no time rival. "O Estrela Vermelha tinha cinco brasileiros, mas no começo não poderia ter convivência com eles. Depois de seis meses, fiz amizade com o Vinícius Pacheco e amos a nos encontrar escondidos em restaurantes (risos). Se a gente se encontrava em shopping, não se cumprimentava, ava reto", relembrou.

Muitos anos depois de retornar ao Brasil e se aposentar em 2015, Eduardo só guarda boas lembranças do Partizan e, atualmente com 35 anos e trabalhando como assistente-técnico do time principal e treinador do sub-20 do Coimbra-MG, não descarta um retorno no futuro.

"É um clube estruturado, vencia sempre a Liga da Sérvia e jogava os torneios europeus. Em 2011, por exemplo, fomos eliminados na fase prévia da Champions League pelo Genk, que tinha o Kevin de Bruyne. Tenho um carinho enorme pela Sérvia e minha esposa é apaixonada pelo país. Fiz muitos amigos e muitos torcedores ainda me seguem nas redes sociais", encerrou.

Carreira até virar treinador 5f4s5u

Formado no Botafogo-SP, chegou ao Atlético-MG (ao lado do goleiro Diego Alves), aos 16 anos, e serviu as seleções de base. Promovido aos profissionais por Tite, em 2005, o atacante ou a jogar regularmente duas temporadas depois.

"Fiz 30 partidas e marquei 10 gols. Em 2008, tive uma oferta da Turquia e outra da Ucrânia e fiz minha primeira aventura na Europa no Gaziantepspor. Foi um ano espetacular como aprendizado. Voltei no ano seguinte ao Athletico-PR e ei pelo Sport até chegar ao São Caetano", disse.

"Fui vice-artilheiro do Paulistão, o que me abriu portas. Na Série B, fiz 17 gols, mesmo ficando de fora de alguns jogos por lesão. No ano seguinte, eu fiquei seis jogos sem fazer gols e depois marquei um gol no Mogi Mirim e cinco no clássico contra o São Bernardo. Me deu uma visibilidade muito boa porque devo ter sido último a conseguir isso", contou.

Por causa das lesões, Eduardo parou de jogar de forma precoce antes mesmo de completar 30 anos. Logo em seguida, ou a seguir o antigo desejo de virar treinador.

"Não tenho aquele sentimento de que poderia ter jogado mais, virei a chave mesmo. ei a estudar e tirei as licenças da CBF. Fiquei cinco anos como auxiliar do técnico Marcelo Oliveira em times como Fluminense e Ponte Preta. Hoje em dia, estou como auxiliar do principal do Coimbra-MG e como treinador do sub-20".