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Da mão histórica ao choro desesperado: as duas faces de Suárez contra Gana em Copas do Mundo 70243c

Luis Suárez comemorando em 2010 e lamentando em 2022 Arte ESPN - Getty Images

12 anos atrás, o atacante uruguaio viveu um momento inesquecível. Hoje, viu do banco de reservas sua seleção ser eliminada 264k4n


Filho da lenda Abedi Pele, André Ayew viu do banco de reservas quando Luis Suárez evitou, com a mão e em cima da linha, nos acréscimos do segundo tempo da prorrogação, o gol certo de Dominic Adiyiah. O que Ayew assistiu naquele 2 de julho de 2010 foi inacreditável: Asamoah Gyan isolou a cobrança, e El Pistolero, na saída para o túnel, celebrou como um gol. Lágrimas de alegria e esperança.

A decisão foi para as penalidades, John Mensah e Dominic Adiyiah perderam, Loco Abreu fez jus ao nome e deu uma cavadinha para eliminar Gana e colocar o Uruguai nas semifinais da Copa do Mundo da África do Sul.

Um jogo inesquecível. Do lado uruguaio, Loco Abreu e Suárez viraram heróis nacionais. "Desta vez a mão de Deus foi minha", disse o atacante / goleiro, em alusão à Mano de Dios de Diego Maradona na Copa de 1986.

Do lado ganense, o camisa 9 celeste se tornou vilão, inimigo número 1 de uma nação. Era a chance de o país se tornar o primeiro do continente africano a alcançar a semifinal de uma Copa. "Você sabe como se xinga hoje em Gana? Isso é real: Uruguai. Nos odeiam", afirmou recentemente Diego Lugano, capitão daquela seleção e comentarista da ESPN, ao canal de YouTube Camisa 21.

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Doze anos se aram. Gana x Uruguai. Suárez em campo de um lado. Ayew, dessa vez, titular, camisa 10 e capitão. Gana precisava da vitória para se classificar. O Uruguai também. Aos 17 minutos do primeiro tempo, Mohammed Kudus é lançado, toca a bola, e o goleiro celeste Sergio Rochet toca o atacante. Pênalti.

Doze anos de história. Doze anos em que o tempo parou para Gana, com sofrimento e tristeza, e para o Uruguai, com festa e alegria. É a hora do troco: Ayew pega a bola. Aquele que viu do banco a mão de Suárez. Aquele que hoje lidera uma geração das mais talentosas. O camisa 10 usa o pé esquerdo e, ao contrário de Asamoah Gyan, bate rasteiro. O chute sai fraco, no canto esquerdo. Rochet se redime e faz a defesa.

Giorgian de Arrascaeta faz um, faz dois, o Uruguai vai acabando com o sonho de Gana de se classificar. No outro jogo da chave, Portugal chegara a abrir 1 a 0, mas a Coreia do Sul empata no primeiro tempo e vira nos minutos finais. A Celeste empata com os sul-coreanos em tudo, e um gol colocaria a equipe nas oitavas de final.

O placar mostra o fim de Coreia do Sul 2 x 1 Portugal. As câmeras buscam Suárez, substituído, no banco. O Uruguai precisa de um gol. Um golzinho. Tentam por cima e nada. Desespero, bola na área. O contra-ataque se abre, e Gana quase desperdiça uma, duas chances.

O árbitro apita o fim do jogo. Foco em Suárez. Aos prantos. Ele coloca a camisa sobre a cabeça, mas é nítido que o choro é de soluçar. Tristeza em sua despedida das Copas, aos 35 anos. Fim de uma era, fim de um sonho uruguaio.

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Corta para o outro jogo e a festa sul-coreana é emocionante. Jogadores em campo, torcedores, lágrimas para todos os lados, união absurda entre arquibancada e campo. Son Heung-min também está aos pratos. Ao contrário de Suárez, o choro é de alegria, de êxtase, de história sendo escrita.

Gana não comemora. O destino se repetiu, não da mesma forma dramática e dolorosa com La Mano de Dios Celeste em 2010. Doze anos depois, Suárez chora junto com os ganeses. Juntos, hoje, eles vão para casa.