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Carlos Augusto, do Corinthians e seleção brasileira, virou jogador após ser zoado por seus amigos 351i4i

Quem vê Carlos Augusto Zopolato Neves envergando a camisa do Corinthians e da seleção brasileira sub-20 talvez não consiga imaginar que, na infância, a última coisa que seus amigos esperavam era que ele se tornasse jogador de futebol profissional.

Segundo o próprio lateral esquerdo de 20 anos ite, ele era um verdadeiro "perna de pau" na infância, e era motivo de zoeira entre seus parceiros mais próximos, que brincam até hoje sobre isso.

"Eu não entre em escolinha de futebol com a ideia de ser jogador profissional, mas sim porque eu era muito ruim na minha escola normal, o Colégio Básico, lá em Campinas. Meus amigos até me zoavam de tão 'perna de pau' que eu era. Daí pedi de presente de aniversário para o meu pai para ser matriculado na escolinha e aprender a jogar bola, quando eu estava na 1ª série. Daí fui melhorando com o ar do tempo", contou, em entrevista à ESPN.

"Eu ainda tenho contato com meus amigos de infância. Até hoje, eles sempre brincam: 'Quem diria, hein? Aquele moleque que isolava a bola por cima do muro na escola hoje joga no Corinthians e na seleção (risos). Acho que sou um caso diferente, né? Porque a maioria do pessoal piora com a idade, eu fui melhorando (risos)", divertiu-se.

Desde que foi promovido ao profissional do Timão, em 2018, Carlos acumula 10 partidas pelo time adulto.

A última vez que o ala esquerdo, que é o reserva direto de Danilo Avelar, esteve em campo foi na vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo-SP, no dia 24 de fevereiro, pelo Campeonato Paulista.

DA ESCOLINHA AO CORINTHIANS 3q1h60

Nascido em Campinas, Carlos Augusto começou na escolinha do Corinthians na cidade com seis anos, mas teve um início frustrante.

"Houve uma época que eu achei mesmo que futebol não era para mim. Quando eu tinha uns oito anos, fiquei uns seis meses sem ir nas aulas da escolinha. Minha família não entendeu muito naquela hora, mas depois pensei melhor e acabei voltando", rememorou.

Com o ar dos anos, porém, o canhoto foi melhorando e tomando gosto pela bola, e o sucesso veio rápido.

"Aos 10 anos, eu ei no teste de seleção de escolinhas do Corinthians, e com 12 anos fui para a base do Timão. Eu jogava na escolinha do pai do Fabrício Oya, que eu conheço desde os seis anos. É praticamente meu irmão, nós dividimos apertamento faz alguns anos", contou, citando outro destaque recente da base alvinegra, com quem mora junto desde que tinham 15 anos.

"Às vezes nossas mães vêm de Campinas para cá dar uma força. O Fabrício é um pouco mais bagunceiro que eu, mas é de boa (risos). Tanto é que moramos juntos há cinco anos e nunca brigamos. Tem casamento que dura menos (risos)", gargalhou.

"Eu aprendi desde cedo a me virar sozinho e cozinhar também. Sei fazer umas coisas, macarrão, filé de frango caprichado... Às vezes ligo para minha mãe para pegar umas dicas de cozinha. É bom que, quando trago uma namorada, dá para fazer uma janta, não precisa só pedir pizza (risos)", brincou.

Hoje lateral, Carlos começou jogando como atacante, mas aos poucos se achou em campo.

"Até os 15 anos eu era ponta, jogava como ataque bem aberto. Fiquei assim até o sub-15, e até fazia alguns gols, mas vi que não era minha posição. Virei lateral numa Copa Votorantim e ainda bem que deu certo. Acho que se eu tivesse continuado como ponta não teria chegado nem ao sub-17 do Corinthians. Foi ali que dei um salto e evoluí cada vez mais", relatou.

"Joguei torneios no Catar, na Irlanda do Norte e na Polônia pelo Corinthians. A maior dificuldade sempre foi ficar longe da família, que é algo que tive que lidar desde muito garoto. Apesar disso, sempre pensei positivo", salientou.

CHEGADA À SELEÇÃO E AO PROFISSIONAL 5g4u55

As boas atuações de Carlos Augusto pela base do Corinthians logo chamaram a atenção da comissão técnica do Brasil.

"A primeira vez que fui chamado para a seleção foi no começo de 2018, pelo sub-20. Foi algo muito louco, defender o meu país! Fiquei feliz demais, quase chorei (risos). Depois, joguei o Sul-Americano em 2019, mas infelizmente não fizemos uma boa competição, deixamos todos a desejar como equipe. Infelizmente, o time não encaixou. Até fizemos alguns bons jogos, mas os resultados não vieram", lamentou.

A promoção ao profissional do Timão veio após a Copa São Paulo de Futebol Júnior do ano ado.

"Fui chamado inicialmente para completar o elenco, mas eles gostaram de mim e eu fiquei. Subi com o (Fábio) Carille e de cara vi a diferença da base para o profissional. Demorou um tempo para cair a ficha de que eu tinha alcançado este estágio. Era o meu sonho desde criança e do nada eu estava lá, por fruto do meu trabalho", exaltou.

"Eu recebo muitos conselhos de todos até hoje, e procuro sempre escutar os mais velhos. No começo, eu era muito tímido, e ficava só na minha, treinando e observando. Agora, mudou um pouco, converso bem mais com a galera", afirmou.

"No começo, eu me entrosei mais com a molecada, pois a gente se conhecia desde a base. Depois, fui conhecendo o Cássio, o Clayson, o Jadson, todos os caras do profissional, que me ajudaram muito e me ajudam até hoje", elogiou.

ESTREIA PELO TIME DE CIMA 2n5o3q

Carlos fez parte do elenco que conquistou o Campeonato Paulista de 2018 em cima do rival Palmeiras, mas não jogou naquela campanha, pois estava há apenas três meses no profissional.

Não demorou muito, contudo, para a primeira chance cair no colo do lateral esquerdo.

"Minha estreia profissional em uma partida oficial deu um frio na barriga enorme. Foi um empate por 0 a 0 na Arena Corinthians, contra o Athletico Paranaense, pelo Brasileirão do ano ado, e eu fui titular. Fiquei muito ansioso antes, mas o grupo me ajudou demais. Eles me deram tranquilidade a todo momento, falaram para não ter medo de errar e para repetir o que eu vinha fazendo nos treinos", lembrou.

O jovem atleta destaca também sua versatilidade em campo.

"Além de lateral, posso jogar de zagueiro pelo lado esquerdo. Isso é bom, porque zagueiro canhoto é difícil de encontrar hoje em dia. Em 2017, joguei muito tempo assim na base. Tenho bom e, velocidade e tempo de bola, por isso me dou bem por ali", observou.

Sobre suas inspirações na carreira, são muitas.

"Gosto muito do Marcelo, do Real Madrid, e do Filipe Luís, do Atlético de Madrid. Muitos me comparam ao Filipe, inclusive, por ter mais força defensiva. No Corinthians, vi muito o Fábio Santos e o Guilherme Arana, que foram caras que me inspiraram também", contou.

"Eu estou trabalhando para dar sempre o meu melhor. Quero dar dor de cabeça ao Carille (risos). O Avelar vive grande momento, e isso é bom para nós dois, porque aumenta a nossa competição e nós dois conseguimos evoluir. Aí, quando tiver a chance, podemos ambos corresponder à altura", salientou.

Carlos diz que sonha se formar no profissional corintiano, e a cabeça vai mais longe.

"Quero fazer história aqui, e mais para frente ir para um grande clube europeu e defender a seleção brasileira principal. Por enquanto, aina não soube de nenhuma oferta, deixo tudo na mão dos meus empresários. Prefiro sempre focar dentro de campo", bradou.

VIDA PESSOAL 4e1z5j

O lateral tentou conciliar futebol e faculdade, mas não deu certo.

"Eu me formei no ensino médio e comecei a fazer ciências contábeis na Unip, em 2017. Infelizmente, não consegui conciliar, por causa das viagens, e parei só depois de um mês. Não tinha jeito, pois eu perdia muitas aulas importantes e também as provas", lamentou.

No tempo livre, Carlos é um cara de hábitos simples.

"Gosto de restaurantes e de sair com amigos e família. Gosto muito também de jogar videogame em casa. Curto Fifa e Call of Duty, que são febres entre os jogadores de futebol, no Corinthians tem muitos jogadores. Nós jogamos sempre juntos online no mesmo time, eu, Fagner, Henrique, Avelar, Jadson, Marllon", revelou.

"A gente desafia grupos de fora, jogamos contra qualquer um e não escolhemos adversário (risos). Acho que ninguém imagina que está jogando contra os profissionais do Corinthians (risos). Podemos já ter jogado contra vários torcedores do Timão que não fazem nem ideia de quem eles estavam enfrentando (risos)", finalizou.