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Irmão de Moisés, do Palmeiras, Matheus virou goleiro destaque do Braga após ganhar luvas de Jefferson 486w58

Desde criança, Matheus já demonstrava seu talento como goleiro ao defender os fortes chutes de Moisés, seu irmão mais velho, no quintal da casa da família Magalhães. O garoto era responsável por evitar que a bola quebrasse algum objeto e deixasse a mãe, Dona Jacira, nervosa.

Os golzinhos feitos com chinelos eram um prenúncio do futuro da dupla. Moisés se tornou camisa 10 do Palmeiras, enquanto Matheus virou arqueiro do Braga, de Portugal.

Em cinco temporadas na Europa, o goleiro ajudou sua equipe a disputar a Liga Europa e ser campeã da Taça de Portugal de 2016.

"Jogar a Liga Europa é incrível e ficou marcada na minha carreira. Cada jogo foi uma emoção especial. O que mais me marcou foi que depois de 50 anos fomos campeões. Isso marcou meu nome no clube com um título. Foi especial e uma festa maravilhosa que a torcida fez", contou Matheus, ao ESPN.com.br.

Antes disso, porém, ele precisou de um período de adaptação ao futebol português.

"O esquema de jogo era diferente. A velocidade nos jogos e nos treinos eram diferentes em relação ao Brasil. No começo, fiquei seis jogos sem atuar por causa da documentação. Aproveitei esse tempo para entrar no ritmo e pegar a forma deles jogarem", analisou.

"Isso me ajudou demais. Aqui eles usam muito o goleiro, não somente para sair jogando mas para fazer uma espécie de líbero. Isso no Brasil é algo raro. Você sempre é acionado e precisa estar preparado para isso", contou.

O brasileiro não descarta seguir os os de Dyego Sousa, seu colega de Braga, que defende a seleção portuguesa.

"O Moisés tem uma filha croata e eu tenho dois filhos que nasceram em Portugal (risos). O sonho de todo jogador é participar de uma seleção. Seja no Brasil ou em Portugal, a que me der oportunidade eu vou estar de braços abertos para mostrar meu trabalho. É a realização de um sonho profissional", confirmou.

Em cinco temporadas em Portugal, Matheus confirma que já despertou cobiça de equipes importantes. "Eu tive algumas sondagens do Benfica, e de alguns clubes do Brasil, como o São Paulo, mas nada se concretizou", itiu.

Quando vivia a melhor fase da carreira, o arqueiro ou por uma grave lesão depois de romper os ligamentos do joelho, em setembro de 2018. Ele voltou apenas este ano, mas ainda não retomou a posição de titular do Braga.

"Não podemos nos acomodar e precisamos querer sempre mais. O Braga é um grande clube e está crescendo muito nas últimas temporada. É o clube que me abriu as portas e tenho muito carinho mesmo. É uma torcida cativante e uma cidade que abraça os jogadores. Já fiz mais de 100 jogos e tenho uma história por aqui. Mas penso em evoluir e trabalho cada dia para chegar a patamares maiores. Mas nunca esquecendo o ado e todos que me ajudaram".

Luvas de Jefferson 6jp4x

Matheus chegou a atuar na infância como zagueiro, mas viu que não levava jeito para a posição. A influência do irmão mais velho foi fundamental para que ele virasse goleiro.

"O Moisés ainda jogava na base do Cruzeiro e ganhou um par de luvas do Jefferson [ex-goleiro da seleção brasileira] e me deu. A partir dali, eu peguei muito gosto pela posição", disse Matheus.

Ele ou a treinar no time Santa Teresa no meio dos garotos mais velhos. Pela falta de goleiros, ele chegava a atuar em três partidas em um final de semana. Depois, entrou na base do Villa Nova-MG.

Após se destacar em um jogo contra o América-MG, foi chamado em 2007 para defender o "Coelho", no qual Moisés dava os primeiros os primeiros os como profissional.

Em 2011, ele foi campeão do Brasileirão Sub-20, atualmente chamado de Copa RS.

"Foi a grande vitrine para mostrar para os profissionais que tínhamos condições de subir. Eu já treinava no time de cima e como não jogava muito me pediram para descer só para jogar no júnior. Eu estava com uma maturidade maior e fomos muito bem. Nosso elenco era ótimo. Fui eleito melhor goleiro e o destaque da competição, algo muito difícil de acontecer", contou.

"No ano seguinte, fomos semifinalistas da Copa São Paulo. Foi uma grande dificuldade, mas foi ótimo. Agradeço ao Milagres, que foi um técnico que me ajudou demais. Eu escutava muito o que ele falava porque foi um grande goleiro", elogiou.

Matheus estreou como profissional em 2012 e no ano seguinte ou a ser titular do América-MG. Atuou até o meio de 2014 antes de ir para o Braga.

"Todo jogador brasileiro tem o sonho de jogar na Europa e vi isso como uma ótima oportunidade. Pedi para me liberarem e na época o clube vivia um momento financeiro difícil. Foi bom porque eles puderam se reestruturar e eu pude crescer".

Mesmo depois de crescer e amadurecer, Matheus tem vontade de reviver os dias de futebol no quintal de casa.

"Chegamos a treinar no América-MG. Era bom porque ficávamos o tempo juntos e brincávamos e rolava até aposta nos treinos (risos). Ainda tenho o sonho de jogar profissionalmente ao lado do meu irmão. Nunca aconteceu, mas vai ser uma alegria imensa para nossa família. Nossa amizade é a mesma desde moleque", finalizou.