Nesta quinta-feira (11), o Criciúma recebe o Fluminense, no Heriberto Hulse, pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro. Em campo estará Yannick Bolasie, um dos grandes destaques do futebol brasileiro em 2024.
Personagem único, o congolês concedeu entrevista exclusiva à ESPN e falou de tudo: o sonho de conhecer Ronaldo Fenômeno, a "paixão" pelo suco de abacaxi e o calendário brasileiro, além de outras coisas.
Anunciado pelo Criciúma em 20 de março, o atacante de 35 anos tem 14 jogos com a camisa do Tigre, anotando dois gols e dando três assistências. Com agens por Crystal Palace, Everton e Aston Villa na Premier League, o jogador causou alvoroço quando foi contratado e tem se adaptado bem ao clube catarinense.
"Sim, estou muito feliz no Criciúma. O clube me faz feliz, os técnicos também me fizeram sentir muito bem-vindo, junto com o restante da equipe. E no momento, nós temos um grande desafio que é o de permanecer na primeira divisão, e esse é o nosso desafio hoje", disse.
Sobre a escolha que fez pelo Brasil, o jogador, que nasceu em Lyon, na França, e foi radicado em Londres, na Inglaterra, falou que um dos principais fatores foi sua iração por grandes craques do futebol brasileiro. E um nome estava em destaque: Ronaldo Fenômeno.
"Obviamente, o projeto [me fez vir para o Criciúma]. E o técnico e o diretor esportivo realmente queriam contar comigo e me mostraram os planos, e eu fui convencido. E, para mim, eu sempre quis jogar no Brasil, ponto final. Porque eu irava muitos jogadores. Adriano, Kaká, dá para citar vários, são tantos jogadores que eu idolatro. Essa geração de jogadores que disputou as Copas do Mundo, e o Ronaldo, obviamente, é meu favorito. Eu sempre irei esses jogadores e sempre quis saber de onde eles vinham. Então, para mim, vir para o Brasil sempre foi um sonho, algo da minha lista de objetivos, e o Criciúma me deu essa chance. E, obviamente, vir e conseguir jogar também é muito importante", revelou.
Bolasie ainda não conheceu o Fenômeno. No entanto, não hesitou na hora de dizer que é seu grande sonho em solo brasileiro.
"Não, não [conheci ainda], eu gostaria de conhecê-lo. Sim, claro [que é meu sonho]. Esse é um jogador que eu iro, sabe? E o estilo de jogo dele é como eu imagino que o meu é na minha cabeça".
Feliz com o momento que vive no Brasil, o atacante também falou sobre o "fenômeno" das redes sociais que é o suco de abacaxi, que virou uma espécie de marca registrada do congolês. Tudo começou quando ele foi a um restaurante e teve uma interação com um garçom que resultou em um pedido de um suco de abacaxi.
Foi amor à primeira vista entre Bolasie e o suco, que se transformou em uma de suas bebidas favoritas e, também, a primeira coisa que ele aprendeu a falar em português.
Yannick Bolasie falou com exclusividade à ESPN
"Obviamente, são algumas das primeiras palavras (suco de abacaxi) que eu aprendi em português. Eu gostei muito do jeito que o garçom que me atendeu no restaurante – e ele foi bem legal comigo - , me falou elas [palavras]. Ele falou tão rápido, e eu respondi: 'o que você disse?'. E ficou comigo para sempre: suco de abacaxi", relatou.
Quanto a adaptação ao futebol brasileiro, Bolasie vê no calendário local a principal dificuldade, assim como as longas viagens.
"É, eu nunca vi um calendário [de futebol] igual a esse [do Brasil], para ser honesto. Oito jogos em um mês é algo que acontece uma vez por temporada [na Europa], mas eu acho que no Brasil, acho que acontece umas duas ou três vezes. Então é um calendário frenético e também há muitos times bons, o que o torna ainda mais difícil. Então, com certeza, é desafiador".
"No momento, eu diria que o meu maior desafio são definitivamente as viagens, a adaptação a isso, e os tipos diferentes de gramado nos quais você pode jogar. Na Inglaterra, em Portugal ou na Bélgica, você encontra a mesma superfície em todos os lugares, mas no Brasil é diferente, como no [campo do] Palmeiras, no [campo do] Botafogo e no [campo do] Athletico-PR, que tem superfícies diferentes. Nosso gramado [do Criciúma] é diferente também, então, com certeza é desafiador", finalizou.
Veja outras respostas de Bolasie 595n68
Interação com fãs em redes sociais 5i2c3o
"Sim, eu fico muito em casa, não faço muita coisa fora de casa. Mas, como vocês veem, eu socializo nas redes sociais. Eu gosto de interagir com os fãs, eu acho que é muito importante. E eu sou uma pessoa que cresceu jogando futebol pelos torcedores, na verdade. Os ídolos que eu iro, Ronaldinho, entre outros, esses caras jogam pelos fãs, para fazê-los felizes. E é isso que eu tento fazer"
Estilo de jogo alegre 5z2n5s
"Eu cresci nas ruas. Então muito do que faço é parecido com os jogadores aqui do Brasil que jogam nas favelas e conseguem suas habilidades brutas. As minhas vêm das ruas de Londres".
Jogo mais físico no Brasil ou na Europa? 3u5i4t
"O futebol no Brasil é muito físico. Devido ao país ser muito grande, as viagens de um lado para o outro, de Norte a Sul, são muito diferentes da Europa. Então, eu não consigo comparar direito, mas posso dizer que é muito físico e muito competitivo, o que para mim é ótimo, porque eu sou uma pessoa muito competitiva".
Maior desafio no Brasil até agora 5w431o
"Até agora, baseado em como me senti, o maior desafio para mim foi quando eu saí do banco contra o Bahia, depois do jogo do Vasco. A viagem, tudo me afetou muito. Então eu acho que esse pareceu ser o jogo mais difícil, sabe? E obviamente quando você fica com 10 jogadores, é difícil também. E você pensa, por exemplo, que você jogou bem contra o Palmeiras ou o Bahia, aí vem o Cuiabá e você pensa: ‘ah, eles não estão em um bom momento’. Mas eles são muito competitivos, o que faz o jogo ficar difícil. Especialmente quando você está tentando buscar a virada"